por Aureliano Biancarelli
A cabeça de Zumbi foi espetada em um pau e exposta ''no lugar mais público'' do Recife. O então governador de Pernambuco, Caetano de Melo e Castro, queria ''satisfazer os ofendidos'' e ''assustar'' os negros que acreditavam ser Zumbi imortal.
A cabeça exposta do líder dos Palmares era o troféu mais cobiçado por todos os governadores que passaram por aquela capitania no último quarto do século 17. O próprio Castro (em carta de 14 de março de 1696) relata ao rei como Zumbi ''pelejou desesperadamente'' até ser morto.
Melo e Castro foi também o responsável pela destruição de Palmares, no início de 1694. Em carta ao rei, ele compara a ''restauração de Palmares'' à expulsão dos holandeses. Recife festejou com ''seis dias de luminárias''.
As duas cartas do governador, entre outras, estão no Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa.
A resistência, no entanto, continuou por décadas. Em carta de 3 de março de 1741 (encontrada na Torre do Tombo), o rei determina caça cruel aos negros que fugiam para os quilombos. Os capturados deveriam ser marcados a ferro com a letra ''F'' e teriam uma das orelhas cortada.
Fonte: Folha Online
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